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Este livro é sobre o subúrbio do Rio de Janeiro, a partir de uma visão pessoal de Flavio Braga.
Acima de tudo, é uma disputa pelo passado. É a tentativa de recuperar uma vida mais simples, em que a exploração está sempre ali, à espreita. A pobreza, a fé, a simplicidade, a dificuldade, tudo isso torna este livro especial, porque a mistura é feita nas medidas certas, no olho mesmo, no método mais antigo das donas de casa quando usam seus ingredientes na cozinha. Não usa a perfeição das métricas e nem precisa, mas dá conta da urgência diária de entregar o almoço para as crianças e os adultos dentro de casa.
Acima de tudo, é uma disputa pelo passado. É a tentativa de recuperar uma vida mais simples, em que a exploração está sempre ali, à espreita. A pobreza, a fé, a simplicidade, a dificuldade, tudo isso torna este livro especial, porque a mistura é feita nas medidas certas, no olho mesmo, no método mais antigo das donas de casa quando usam seus ingredientes na cozinha. Não usa a perfeição das métricas e nem precisa, mas dá conta da urgência diária de entregar o almoço para as crianças e os adultos dentro de casa.
Esse passado não é constante em sua distância para o dia de hoje. Em alguns dos textos, é preciso viajar um pouco mais. Em outros, essa distância é do tamanho de um ontem. O corriqueiro se mistura com as memórias que temos, mas não sabemos exatamente de quando e de como. Mexer com o tempo quando se fala em subúrbio é desafiar a lógica de que, no subúrbio, o tempo passa mais devagar.
Talvez tenham tirado de nós precisamente isso, a ideia de que os dias não se acumulam como se nada fosse mudar.
É possível retomar? Se há alguma solução para isso, passa pelos laços e aspectos que compõem este livro. Só de ser um livro já se trata de uma resistência à compressão do tempo e do espaço.
Guardar um livro em casa equivale ter no inventário da própria vida um item sagrado, intocável
e com força sobrenatural.
Guardar um livro em casa equivale ter no inventário da própria vida um item sagrado, intocável
e com força sobrenatural.
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Flavio Braga
Vascaíno e portelense, apesar de ser ruim da cabeça e doente do pé, desde 2007 Flavio Braga é o escritor por trás do “Um Blog de Nada”, espaço em que compartilha textos semanais e que já passou por diversas plataformas internet afora. É, também, um dos fundadores do Mutirão Cultural Rolé Literário e do coletivo Engenhos de Histórias, duas das muitas iniciativas de suburbanos que visam valorizar e promover a história e a cultura suburbana carioca.
Além de escritor, Flavio também é vocalista e baixista da banda Outros Caras e professor de História nas redes carioca e fluminense de ensino.